Training Peaks – Termos técnicos

A Training Peaks recolhe um conjunto de indicadores de desempenho a partir do histórico, cruza todos, de todos os desportos que pratica, e determina com uma precisão no mínimo interessante o momento ideal para se praticar uma determinada prova.

 

TSS

 

A primeira (e talvez a mais importante) é a TSS (Training Stress Score). O TSS é um indicador que considera duração e intensidade de um determinado treino (além de uma infinidade de outros fatores) para estimar o estresse gerado por ele no corpo e, consequentemente, seus efeitos de curto, médio e longo prazo (mais detalhes aqui). Esse indicador é calculado tanto para corrida quanto para ciclismo, natação e alguns outros desportos e o fato de ser normalizado permite que praticamente “vejamos” o estado do nosso corpo em um gráfico.

 

Com base no TSS e em alguns outros indicadores (gerados dinamicamente), o Training Peaks determina seu nível de fadiga, sua forma física por dia e seu nível geral de fitness.

 

Aqui entram algumas fórmulas:

 

Fadiga (ATL)

 

Uma média exponencialmente ponderada dos TSS dos últimos 7 dias. Quanto maior a fadiga, portanto, mais estresse permanece em seus músculos e menos condições de performance de curto prazo existem. Por outro lado, naturalmente, o acúmulo de fadiga – desde que bem balanceado e para não gerar lesões – melhora diretamente o nível de fitness.

 

Fitness (CTL)

 

Uma média exponencialmente ponderada dos TSS dos últimos 42 dias, refletindo os efeitos dos treinos feitos nos últimos 3 meses. Mas há algumas sutilezas na fórmula que são importantes – como um peso maior dado a um treino ocorrido há 15 dias em relação a outro ocorrido há 60 dias. Em outras palavras, um nível de fitness alto significa um corpo mais preparado, mais forte e resistente.

 

Forma (TSB)

 

É o balanço geral do estresse gerado pelo treino. A fórmula aqui é muito, muito simples: A forma de hoje é igual ao nível de fitness de ontem menos o nível de fadiga de ontem.

 

Conclusão óbvia: quanto maior o fitness e menor a fadiga, mais preparado estará o corpo para enfrentar um determinado desafio. Eis, portanto, uma ferramenta matematicamente perfeita para se ajustar um processo de treinamento.

 

Vejamos isso agora na prática usando um gráfico:

 

 

No gráfico acima, os pontos todos referem-se a dias. Pontos com o TSS zerado (colados no eixo X) referem-se a dias em que eu não corri, pedalei, nadei ou fiz mais nada. Pontos acima do eixo referem-se a dias em que algum treinamento foi feito. Cada um desses pontos carrega todos os indicadores que expliquei aqui no post e são eles que permitem se desenhar as três linhas analíticas.

 

Linha rosa: Representa a evolução da fadiga. No meu caso, esse gráfico deixa óbvio que estou relativamente estagnado, com níveis parecidos demais por tempo demais. O efeito disso: uma linha de fitness que tem evoluído menos que o desejado. Perceba também que há um efeito nítido da fase de polimento – as semanas com carga menor de treino para deixar o corpo mais descansado às vésperas de algum desafio. No gráfico, o ponto vermelho isolado no alto foi a Maratona de Sorocaba, que fiz como qualify para a Comrades. Perceba que, no dia anterior, a linha rosa estava lá embaixo, indicando que estava em uma forma melhor.

 

Linha amarela: Representa a evolução da forma. Quanto maior ela estiver em relação à fadiga, melhor preparado estará o corpo (pelo menos em teoria). No meu caso, a forma melhorou apenas nesse mesmo período da maratona e mais recentemente, quando diminuí a carga geral por conta das festas de fim de ano e do período off-season.

 

Linha azul: Representa a evolução do fitness. Essa talvez seja a mais importante de todas as linhas por carregar uma interpretação de longo prazo. De alguma forma, provavelmente quando comecei a mesclar ciclismo e corrida por conta do Unogwaja, meu fitness geral caiu um pouco e voltou a subir apenas agora, nas últimas semanas. De toda forma, o raciocínio aqui também é simples: quanto melhor o fitness, mais preparado o corpo estará.

 

Perceba também que o gráfico mostra uma tendência para cada uma das linhas caso nenhum treino fosse feito. Nela, fadiga e forma funcionam quase como negativos um do outro: o descanso gerará uma queda dramática na fadiga (obviamente) e um consequente crescimento na forma.

 

Por outro lado, a forma em si sofrerá com a queda no fitness: o corpo até poderá ficar descansado – mas ele também se enfraquecerá perigosamente. Eis o balanço que deve ser buscado: aumentar o fitness ao máximo e, nas vésperas de um desafio, deixar cair a fadiga e subir a forma.

 

Quais os indicadores ideais de performance?

 

O próprio Training Peaks dá alguns parâmetros de metas para diferentes tipos de atletas (triatletas de diferentes categorias, ciclistas, corredores etc.). Por exemplo: um triatleta se preparando para um ironman (3,8km de natação + 180km de ciclismo + 42km de corrida) deve treinar 15 a 30 horas semanais, atingir um TSS semanal médio de 850-1.700 e ter uma meta de fitness de 95-195 (veja tabelas abaixo):

 

 

SINCRONIZAÇÃO COM GARMIN

 

Para sincronizar seu dispositivo Garmin com o Training Peaks é necessário ter uma conta criada no Garmin Connect.

 

A partir daí, tendo em mãos seus dados de acesso no Garmin Connect acesse este link e clique no botão da esquerda “Connect and sync” (Conectar e sincronizar). Na página que se abre será solicitado que você insira seus dados de acesso ao Garmin Connect e clique no botão de confirmação ” I conset” (Eu concordo).

 

Feito isso todas as suas atividades passadas já registradas no Garmin Connect serão sincronizadas com o Training Peaks assim como os treinos que você vier a realizar de agora em diante.